Confira, ao final, perguntas e respostas sobre o tema da palestra.
Cerca de 200 pessoas privilegiaram a palestra “A sua Excelência mora no seu Medo”, realizada na noite do dia 21 de setembro de 2011, no MuBE (Museu Brasileiro da Escultura), em São Paulo. Na ocasião, a palestrante Heloísa Capelas falou sobre a importância de lidar de forma consciente com o medo para que se possa atingir a excelência pessoal. “A palestra me levou às lagrimas, de tão emocionado, pela maneira clara, objetiva, didática, esclarecedora e contundente de apresentar o problema que, sem a menor dúvida, é um problema de todos nós”, descreveu o engenheiro Estevam Luiz de Rezende.
Para dar início ao evento, a especialista, uma das primeiras profissionais brasileiras a aplicar programas comportamentais baseados no desenvolvimento da inteligência emocional, relatou ao público momentos importantes de sua trajetória pessoal e fez um convite: “Espero que todos aproveitem minha história para rever as suas próprias experiências”. Diante de um auditório lotado, Heloísa falou de forma clara e dinâmica sobre a origem e a importância do medo e descreveu os quatro passos essenciais para a transformação que nos conduz à excelência.
Ao final da palestra, a especialista ainda respondeu perguntas da plateia. O evento, que tinha entrada solidária, permitiu a arrecadação de R$ 1.440,00 e de mais de 70 unidades de produtos de limpeza que foram revertidos à OSCIP CMK – Centro de Apoio à Criança com Câncer Marta Kuboyama. Heloísa deve retornar ao MuBE no dia 29 de novembro de 2011, terça-feira, às 20h, para apresentar a palestra intitulada “Você, sua melhor marca!”.
Confira algumas das perguntas e respostas sobre o tema da palestra, realizadas ao final do evento.
1. Como facilitar para encontrar os nossos medos? Como identificá-los?
Em primeiro lugar, é imprescindível que se reconheça que temos medo. Depois onde está nossa paralisação? Em que área? Pessoal, profissional? Essa paralisação ou esse comportamento não desejado é recorrente? Qual é? Quando encontramos o comportamento a pergunta que deve ser feita é: “Se você não tiver aquela atitude o que pode acontecer? Qual a fantasia que você tem que te move a rejeitar, agredir, fugir, mandar etc. e tal?”. Quando você conseguir responder essas perguntas encontrará o seu medo. Lembrando que temos muitos deles e talvez você precisará repetir o processo várias vezes para ir encontrando seus medos.
2. Quando agrido não percebo que agrido, ainda acho que invadiram o meu espaço e me acho no direito de falar o que penso sem me preocupar com quem vai ouvir. Por quê?
Porque está precisando de autoconhecimento. Tudo o que você quer é amor e tudo o que você recebe com essa atitude é rejeição, então, você volta sempre para o mesmo lugar de vítima e abandono. No lugar de injustiçada, você não tem para aonde ir, a não ser repetir o modelo aprendido de agressão e invasão e isso se tornou um círculo vicioso que será preciso mudar com atitudes novas. Porém, essas novas atitudes só virão com uma grande motivação e ela só poderá ser conseguida através de um profundo trabalho de autoconsciência e valorização.
3. Meu propósito é compartilhar. Como colocar limites para não invadirem?
Compartilhar o quê? Com quem? Quando? Onde? Para quê? Essas perguntas precisam ser respondidas antes de pensarmos nos limites, OK?
4. Como superar o medo de imaginar o que pode estar atrás de uma porta fechada?
Você tem pensamentos catastróficos? Você sempre pensa que atrás da porta existe algo que lhe fará sofrer? São pensamentos compulsivos e negativos? A superação vem de reconhecer que pensamentos e fantasias são essas. Reconhecer de onde eles vêm. Trabalho de autoconhecimento sério e novas atitudes podem tirar você desse círculo.
5. Será que o grande problema é que as pessoas não sabem explicar os próprios medos? Por exemplo: muitas pessoas falam ter medo de errar (em quê?) Você não acha que os conceitos são muito genéricos?
Pode ser. Você tem razão, daí a importância de se conhecer melhor para identificar os medos e iniciar um trabalho para adotar novos comportamentos. Numa palestra como esta, a proposta é iniciar algumas reflexões e passos, e, devido à diversidade de público, é relevante que os exemplos sejam mais abrangentes.
6. O medo em si é comum e o método em si é administrado, e quando o medo vai além e se torna uma fobia? Como agir?
É preciso identificar que é uma fobia e existem várias metodologias que cuidam de transtorno, além de medicação específica. O tratamento é sempre individual e não existe algo que eu posso explicar como fazer genericamente.
7. Existe alguma relação entre o ego e o medo?
Quem melhor explica o ego são os psicanalistas e eu não saberia responder a essa pergunta.
8. Como fazemos com o medo da morte, do desconhecido?
Abraçamos o medo seja lá qual for. Como se você tivesse dois braços, onde um deles é o medo e o outro é a coragem. Qual deles você quer usar?
9. E quando o medo vem pelo excesso e não pela falta? Exemplo: uma criança que foi extremamente amada, cujo maior medo é não ser amada. Como deve ser nossa interpretação?
Do meu ponto de vista, uma criança muito amada não tem medo da falta e sim, a certeza de que o amor existe. O que pode acontecer é essa criança confundir mimo com amor. Mimo é dizer à criança que ela é incapaz, por isso fazemos tudo por ela e, aí sim, ela terá medo de que faltem pessoas para continuar mimando-a, pois se sente incapaz. Isso é terrível para um ser humano.
10.A droga e bebida inibem o medo? Por quê?
As neurociências já explicam que áreas do cérebro responsáveis pelo medo também são sensíveis às drogas e/ou ao álcool, por isso o medo desaparece quando essas áreas são sensibilizadas.