Preocupações, tensões, medos exagerados, insônia e falta de controle dos pensamentos são alguns dos principais sintomas da ansiedade. Este é um transtorno que segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) cresceu em torno de 25% durante os últimos anos. Claro que as incertezas geradas pela pandemia impulsionaram o aumento, mas mesmo antes da crise sanitária, o Brasil já liderava o ranking global de casos, com mais de 18 milhões de brasileiros ansiosos ainda em 2019.
Embora seja considerado um distúrbio que demande acompanhamento médico e tratamento, especialmente em casos patológicos que limitam a realização de atividades e tomadas de decisão diárias, as jornadas contínuas de autoconhecimento são muito benéficas no sentido de entender e aprender a contornar os gatilhos responsáveis por desencadear os episódios.
Se o passado é uma história escrita lá atrás e o futuro é algo que ainda não aconteceu e foge do nosso controle, ambos não passam de ilusão. Só o que existe é o aqui e agora, por mais tentador que seja nutrir essas ilusões, não há nada que possamos fazer a respeito. Por isso, treinar esse entendimento é essencial para a autonomia e inovação emocional.
O excesso de apego ao passado ou ao futuro é um comportamento que ajuda a fomentar doenças como a ansiedade e a depressão. Em relação à ansiedade, enquanto não fincamos os pés no presente, permaneceremos sempre na expectativa do que virá e, por vezes, a maioria de nós só consegue pensar que o pior está prestes a acontecer.
A respiração consciente é um ótimo treino nesse sentido. Muitos pensamentos e comportamentos inconscientes, com essa prática simples, acabam se tornando claros, perceptíveis e acessíveis. Afinal, apenas nos tornamos capazes de mudar quando nos percebemos. A respiração consciente também nos permite ter o tempo necessário para tomar decisões efetivas e conscientes no lugar de respostas automáticas. Quando nos autolideramos dessa maneira e passamos a nos responsabilizar por nossas ações, começamos a conquistar a autonomia emocional para superar os desafios que virão.
Eu digo sempre que como você respira é como você vive. Será que você está respirando apressado, curto, rápido, só pelo nariz ou pela boca? Tudo isso envolve sua autopercepção.
Então, pratique comigo: deixe o ar entrar profunda e lentamente, não somente no peito, é no corpo inteiro. Sinta essa oxigenação dentro de você. Depois, comece também lentamente a soltar o ar, sabendo que quando você expira está eliminando toxinas.
Com atenção, perceba os gatilhos que disparam a ansiedade e, nesse momento, simplesmente pare e respire devagar, com consciência. Preste atenção à sua respiração e se traga para o agora.
Quando estiver preso a questões do passado e com pensamentos negativos, interrompa essa cadeia de imaginação com a respiração consciente. Volte todo seu foco para o momento, respire devagar e se fixe nesse processo, em como o ar entra e sai, e vá trazendo sua atenção para o hoje.
Repita um pouquinho por dia sua respiração consciente, várias vezes, e se tornará um hábito saudável.
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