Hoje, eu gostaria de lhe convidar a refletir: quais referências de valores, autoestima, desenvolvimento e amor nossas crianças estão recebendo hoje em seus lares? Será que o autoconhecimento dos pais tem alguma influência nesse processo?
Bem, para responder essas questões, primeiro preciso te contar que, durante toda a infância, nossas atitudes, gostos e desejos estão intimamente ligados ao ambiente familiar, já que vem daí a nossa maior e principal referência – especialmente sobre o que presenciamos das próprias atitudes e comportamentos dos pais. Isso significa que nós passamos a observá-los e a copiá-los em tudo. A criança, por um tempo, precisa olhar para os adultos, até para descobrir qual o seu lugar nesse mundo e no seio da família.
Os pais têm a responsabilidade de manter um ambiente saudável e equilibrado ao longo da vida, mas, principalmente na infância dos filhos, é de extrema importância que estejam ainda mais atentos e conscientes de si mesmos. Só assim poderão observar melhor aquilo que transmitem aos filhos, o que pode fazer toda a diferença positiva o desenvolvimento das crianças.
É aqui que entra a importância do autoconhecimento, pois, a partir dele, os pais têm a oportunidade de reconhecer suas próprias negatividades e de aprender caminhos para mudar as próprias trajetórias. Isso influencia diretamente o meio no qual a criança vive. Os pais passam a perceber melhor sua própria humanidade, isto é, que não são seres perfeitos – e que não há o menor problema nisso, afinal, todos nós somos constituídos pelo nosso bem e pelo nosso mal.
Por isso, reconhecer nossas próprias dificuldades e qualidades é um passo essencial para desenvolver a autoestima e a autoconfiança, primeiramente em nós mesmos e, depois, em nossos filhos. A maneira que nossos pais nos ensinaram, provavelmente, também foi a forma como eles aprenderam, o que torna fundamental quebrar os eventuais aprendizados negativos e investir na mudança. Nunca é tarde para praticarmos o autoconhecimento e passarmos a vida a limpo, e podemos começar agora com algumas atitudes, tais como:
Não importa a idade do seu filho, o primeiro passo para a relação de vocês se estabelecer com mais qualidade é que você se reconheça e aceite seus próprios defeitos e qualidades;
Tenha interesse em descobrir quem e como é o seu filho. Olhe nos olhos da criança com curiosidade. Ela já tem tendências, gostos, sabores, cheiros e só precisa da sua atenção para mostrá-los;
Saiba reconhecer e elogiar os bons comportamentos. Faça elogios ao seu filho. Mas elogie pontualmente, na hora em que a situação for digna de reconhecimento;
Ajude-os a reconhecer e nomear as próprias emoções. Ensine-os sobre o que eles estão sentindo e que está tudo bem eles vivenciarem aquela emoção, inclusive quando forem negativas (como raiva, dor, ciúme etc.). Reconhecer os próprios sentimentos faz parte do autoconhecimento.
Essas, entre outras dicas, são abordadas profundamente no curso de autoconhecimento “Processo Hoffman”, reconhecido em vários países há mais de 50 anos e presente no Brasil há mais de 35. Além disso, nenhuma das dicas terá sucesso e nenhum filho será realmente feliz se, antes, os pais não buscarem a própria felicidade. Seus filhos copiarão sempre seus comportamentos. E não importa se você trabalha fora e não tem tempo para estar com a criança.
Dê o seu melhor. Quando estiver com seu filho, fique com ele, olhe para ele, curta o momento. Isso tem um significado extraordinário!