Eleições: como influenciar seus filhos a se tornarem bons cidadãos

Eleições: como influenciar seus filhos a se tornarem bons cidadãos

Heloísa Capelas
Postado por: Heloísa Capelas
23 de Fev - 2017
Família
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Eleições: como influenciar seus filhos a se tornarem bons cidadãos
Particularmente, acredito que o período de crise que estamos vivendo tem muito a nos ensinar enquanto indivíduos e enquanto sociedade. Como toda e qualquer pessoa, também tenho [...]

Particularmente, acredito que o período de crise que estamos vivendo tem muito a nos ensinar enquanto indivíduos e enquanto sociedade.

 

Como toda e qualquer pessoa, também tenho minhas próprias crenças políticas e sociais, mas não é sobre isso que quero falar. O que quero discutir, nesse instante, é o quanto a insatisfação, o desejo de que as coisas mudem, o anseio pelo fim da corrupção e por um país mais próspero têm nos levado a uma complexa polarização.

 

Estamos cada dia mais divididos, sem perceber que os dois (ou múltiplos) lados que se apresentam só desejam o melhor para o Brasil – embora divirjam sobre qual é o melhor que desejam e como acreditam que esse objetivo se concretizará.

 

Infelizmente, não tenho uma solução única, um caminho para apontar nesse momento. Mas o que eu sei, com base na experiência que acumulei ao longo dos últimos 35 anos (e, também, com base na minha própria experiência como mãe), é que nossa atuação como pais em circunstâncias como essa é e será fundamental para a educação de nossos filhos.

 

O nosso comportamento diante de um cenário tão complicado servirá de exemplo para nossas crianças que, com isso, aprenderão, entre tantas outras coisas, como agir e se posicionar em relação aos que pensam e agem diferente. Por isso, decidi preparar esse texto, com 4 dicas essenciais para os pais e mães que desejam influenciar os filhos a serem bons cidadãos.

 

O nosso comportamento diante de um cenário tão complicado servirá de exemplo para nossas crianças que, com isso, aprenderão, entre tantas outras coisas, como agir e se posicionar em relação aos que pensam e agem diferente.

 

1) Ao falar de política, evite xingamentos ou referências violentas


Toda e qualquer criança aprende por cópia e repetição. Portanto, tudo o que seus pais (ou responsáveis) fazem vai influenciá-la negativa ou positivamente. Em outras palavras, a infância é o momento da vida em que damos significado e valor aos acontecimentos.

 

Logo, a visão que uma criança construirá sobre a política estará diretamente ligada ao que os pais demonstram não apenas de maneira verbal, mas em atitudes. Pais exaltados, que impõem suas opiniões e ignoram ou desrespeitam o posicionamento político alheio, que lidam com os conflitos de maneira intolerante e preconceituosa, passarão esses conceitos aos filhos. Os filhos, por consequência, absorverão essa mentalidade como sendo a correta e lidarão com o tema da mesma forma que os pais.

 

O grande xis da questão, no atual momento que estamos vivendo, é que muitos pais estão reproduzindo esse comportamento agressivo sem nem sequer se dar conta. Eles têm sua crença, seu posicionamento político, sua ideologia, e passam a defendê-los com unhas e dentes.

 

Nada errado em defender o próprio ponto de vista, seja qual for o assunto; a falha acontece quando nos mostramos incapazes de ouvir ou considerar que existem outros pontos de vista, outras formas de pensar e ideias a acreditar que não sejam as nossas. E esse é o caminho perigoso: se formos intolerantes e egocentrados, nossos filhos aprenderão por cópia e repetição.

 

Eu sempre digo que, para mudar o comportamento da criança, os pais precisam mudar o próprio comportamento antes de qualquer coisa. É necessária uma autoanálise para que os pais percebam seus próprios comportamentos negativos e para que vejam como esses gestos impactam no desenvolvimento da criança.

 

2) Lembre-se: você, seus valores e comportamentos servirão de referência aos seus filhos


Dentro do universo dela, a criança pode entender tudo o que os pais ensinam e, principalmente, fazem. Como disse, elas aprendem por cópia e repetição, logo, assimilarão a realidade política segundo a visão dos pais.

 

Quando crescer, essa criança poderá ter um maior discernimento e conhecimento para analisar a realidade de maneira mais racional e ter uma opinião formada – que pode ser igual ou diferente da visão dos pais. Porém, via de regra, todas passam pelo período de admirar os pais e se espelhar em tudo o que eles fazem para, assim, conquistar amor, aceitação e carinho.

 

Portanto, para a criança pouco importa quem está certo, quem é corrupto ou o que está acontecendo de fato na política do Brasil. A criança entenderá que o que os pais pensam é o certo; logo, todo o resto está errado.

 

Por isso, o papel dos pais é tão importante. Cabe a eles servir de referência aos filhos e oferecer uma base sólida para que possam desenvolver a capacidade intelectual/analítica/crítica durante o processo do crescimento e amadurecimento.

 

É importante citar que o amadurecimento e o crescimento biológico nem sempre caminham lado a lado. Vide, por exemplo, a grande quantidade de adultos imaturos, limitados intelectual e emocionalmente, porque não tiveram condições de desenvolver a capacidade de tolerância, do respeito e da empatia pelo o outro.

 

As pessoas que lidam com a política de forma violenta e nada construtiva são, justamente, causa e consequência disso tudo. Os pais influenciam diretamente na construção do senso de cidadania e de pertencimento a uma sociedade – e esses dois conceitos são essenciais para o desenvolvimento da criança e, consequentemente, do seu posicionamento político.

 

3) Na medida do possível, explique a situação aos seus filhos


É claro que uma criança de cinco anos não está preparada intelectualmente para compreender a realidade socioeconômica do Brasil, mas os pais podem e devem falar sobre o tema em casa, principalmente quando isso interferir de alguma forma no cotidiano da criança.

 

Por exemplo, uma mudança de escola, a diminuição dos itens supérfluos na compra do mês, a redução dos gastos em passeios e viagens, tudo isso deve ser mostrado para a criança de uma forma positiva, pois, por mais que isso seja um reflexo da crise no País, é uma medida que a família encontrou para driblar essa fase.

 

Ainda assim, vale a pena reiterar: é importante que os pais tenham consciência de si próprios para evitar a vitimização e outros comportamentos negativos (como a postura de derrota e de indignação constante) para evitar impactos negativos na formação da criança. Em outras palavras, essa pode ser uma oportunidade única para que os pais mostrem, aos filhos, como lidar com momentos de crise de forma positiva.

 

De maneira geral, a minha dica é para que os pais sempre respondam a todos os questionamentos e ofereçam todas as explicações – mesmo que de uma maneira mais simples. Para a criança, basta que a resposta seja objetiva. Por exemplo: “por que as pessoas estão indo às ruas?”; “porque querem um mundo melhor”. E daí em diante, sempre levando em consideração que não é nada saudável reproduzir discursos de ódio e desrespeito, seja por uma figura política ou mesmo pelas pessoas que não compartilham das mesmas ideias e pensamentos dos pais.

 

4) Conte aos seus filhos que existem posicionamentos diferentes dos seus


Os pais podem e devem falar a respeito dos diversos posicionamentos políticos que existem, mas sem desmerecê-los. É importante que deixem claro que existem as diferenças e que é saudável conviver com elas. Compartilhar a própria visão política é válido, assim como criticar ao outro lado de maneira racional e lógica (sem nunca apelar para a ignorância).

 

Aliás, o respeito às diferenças é um ensinamento valioso que os pais devem incorporar em seus hábitos, não apenas no discurso. Como a existência de partidos políticos e outros aspectos da nossa democracia podem ser complexos para o entendimento das crianças, basta que os pais ajam de maneira correta. Pais equilibrados deixam a família em harmonia, criam crianças saudáveis, satisfeitas e prontas para serem adultos e cidadãos responsáveis.

 

Lembre-se, como já disse antes, de evitar frases que demonstram desesperança, como “o País nunca mais vai pra frente” ou “está tudo perdido”. As crianças precisam entender que, por mais difícil que a situação esteja, existe esperança para um futuro melhor. Essa é a base de uma boa educação. É papel dos pais dar ferramentas e condições para que os mais jovens compreendam, na fase adulta, que são responsáveis por suas próprias escolhas e que cada escolha acarreta consequências. Isso é aprendizado passado de pai para filho – mas como é que o pai vai ensinar isso para o filho, se ele próprio é incapaz de assumir sua parcela de responsabilidade para conquistar um melhor resultado?

 

Para finalizar, reitero mais uma vez: pensar e agir negativamente, com desesperança, raiva e rancor, são gestos que apenas contribuirão para formar adultos desinteressados pela realidade, sem o sentimento de pertencimento que tanto necessitamos como seres humanos – ou, na pior das hipóteses, igualmente desesperançados, raivosos e rancorosos. Viver a positividade no dia a dia, até mesmo lidando com questões políticas e econômicas, só trará coisas boas para pais e filhos, gerando bons frutos para toda a família.

 

Espero que tenha lhe ajudado! 

Heloísa Capelas
Heloísa Capelas
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CEO do Centro Hoffman, palestrante e autora best seller, é considerada uma das maiores especialistas em Autoconhecimento e Inteligência Emocional do Brasil.

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