Para qual lugar está levando seus pensamentos e seus sentimentos com a chegada da Olimpíada? Com que foco está? Você está preocupado, tenso, ansioso, alegre, não está nem aí….? Seja como for, o que você vive agora é um momento rico de aprendizado sobre você mesmo e como pode estar conduzindo sua própria vida neste momento.
Veja, o que desejo chamar sua atenção é para como se comporta em determinadas situações, pois, de modo geral, como você age numa ocasião pode revelar muito sobre como se comporta em muitas outras da sua vida.
O que percebo, entre diversas pessoas com quem converso, é que o momento atual tem um misto de preocupação e ansiedade, sim, há também as expectativas positivas, mas fiquei pensando sobre tudo isso e gostaria de conversar com você sobre a “insegurança”.
O que é que estamos pensando a nosso próprio respeito nesse sentido? Este é um movimento que revela o medo de falhar e do que as nossas falhas representarão para nós e para o resto do mundo. E o que será que você pode tirar de positivo se estiver vivendo este cenário?
O olhar no negativo
Ter preocupação é perfeitamente normal e, quando se trata de algo tão grandioso e que atrai os olhos do mundo, chama ainda mais a atenção. Mas a questão é como você pode estar vivendo a insegurança ou a ansiedade. Pois há quem deixe de perceber e viver as coisas boas e simples, que podem acontecer ao redor, por justamente estar preso e viciado no negativo.
Independentemente do evento, tudo isso tem muito a ver com quem somos como indivíduos. Quando exageramos na autocrítica, quando observamos a nós mesmos a partir da ótica da negatividade, quando não nos damos outra possibilidade a não ser a de alcançar a perfeição… Bem, tendemos, de fato, para o nosso pior. Não necessariamente porque o pior virá; mas, simplesmente, porque só estamos abertos a enxergá-lo em detrimento de todas as coisas boas que possam acontecer.
É isso que, muitas vezes, fazemos com nossas próprias vidas. Queremos acertar, e acertar, e acertar. E, por isso, quando erramos, ignoramos as conquistas para atentar apenas ao erro. Culpamos aos outros e a nós mesmos. Sentimos que somos incapazes e insuficientes e carregamos esse peso por toda a vida, sem considerar o óbvio: como seres humanos, eventualmente, vamos errar e, se possível, aprenderemos com nossos erros. Por mais clichê que possa parecer, esse é o segredo do amadurecimento e da superação.
Veja mesmo o exemplo dos grandes atletas que aqui estão para competir. Via de regra, todos têm uma história muito semelhante: trabalharam e treinaram muito para chegar aonde estão hoje e, durante essa jornada, falharam por diversas vezes. Perderam para si e para seus adversários. Deram seu melhor, mas nem sempre alcançaram o resultado esperado. Levantaram-se todas as vezes e continuaram sua jornada. Se vão ou não conquistar o ouro, a prata ou o bronze; se vão ou não bater recordes pessoais, olímpicos ou mundiais; essa é a história que estão prestes a escrever.
O que sabemos, por ora, é que assim como eles, o Brasil fez e fará o melhor possível. E nós também podemos escolher fazer o melhor que podemos, sempre, em cada circunstância da vida. Talvez, nosso melhor para aquele momento fique muito aquém do que poderia; talvez, surpreenda a nós mesmos e ao nosso entorno. Seja como for, ele é possível e é uma escolha.
Nossa missão individual, também como a dos atletas, é superar a nós mesmos. Mas isso só será possível se tivermos a capacidade de enxergar nossa trajetória com positividade; se conseguirmos perdoar a nós mesmos e aos outros por eventuais erros; se decidirmos, todos os dias, começar de novo e seguir em frente. Não seremos perfeitos. Mas seremos capazes de construir uma trajetória plena, livre de culpas e mágoas, com todos os troféus que decidirmos entregar a nós mesmos.